Prêmio Mulher Negra 2024 faz homenagens a personalidades do samba

E amanhã, às 18h, na Câmara dos Vereadores de Nilópolis, acontece o Prêmio Mulher Negra 2024 – Décima Edição. O projeto tem o objetivo de ampliar e fortalecer as organizações de mulheres negras do município e do Estado do RJ, construir estrategias para a inserção de temáticas voltadas para o enfrentamento ao racismo, sexismo, discriminação, preconceito e demais desigualdades raciais e sociais.

É um dia para ampliar parcerias, dar visibilidade a luta, as ações, promoção, valorização e debate sobre a a identidade da mulher negra brasileira.

No dia 25 de julho é comemorado o Dia da Mulher Negra, descendentes de Tereza de Benguela e tantas mais Pretas, Rainhas de ontem, hoje e amanhã. Neste ano vamos comemorar no dia 26 de julho de 2024, na Câmara Municipal de Nilópolis. Ao todo serão 40 mulheres Negras, e algumas das personalidades premiadas comentaram a gratidão a esta homenagem.

É muito importante ser reconhecida novamente como uma referência negra feminina podendo mostrar as novas gerações as mais diversas possibilidades e lugares que nossos corpos podem,e devem, ocupar! (Laíza Bastos)

É de suma importância as mulheres negras estarem sendo reconhecidas, estarem ocupando lugares na sociedade, algo que nossa ancestralidade lutou tanto. Hoje somos reconhecidas pelos nossos esforços, pelos nossos trabalhos e pelos nossos dons, eu só tenho a agradecer essa oportunidade de mostrar o nosso trabalho e o nosso verdadeiro valor. (Lilian Brito)

Eu estarei junto com mulheres maravilhosas, inspiradoras, pretas e guerreiras, recebendo uma homenagem. Isso é de uma importância sem tamanho, estar inserida na décima edição desse prêmio tão revelante e importante, que chego a ficar emocionada. Agradeço ao prêmio, a equipe, a Câmara Municipal, ao Júnior Lima por me valorizarem e me inserirem nessa roda de mulheres magníficas. (Aldione Sena)

“A minha experiência de vida mostrou-me que as duas questões são inseparáveis, que no momento do meu nascimento, dois fatores determinaram o meu destino, ter nascido negra e ter nascido mulher.” – Bell Hooks

O reconhecimento trazido por esta premiação é muito mais que uma estatueta na estante da minha sala: é a quebra de conceitos estruturados pela sociedade que tanto quer nos ver fracas diante dela. Somos sistematicamente forçadas a acreditar que não somos o bastante para merecer reconhecimento por quaisquer uma das nossas conquistas e quando conseguimos, nos sentimos culpadas: não mais! O dia de hoje me mostra que as minhas lutas são suportadas por uma legião e que não estou sozinha diante de todos os embates, os quais me proponho a participar de peito aberto, punho cerrado e com um sorriso no rosto.
Quero agradecer – as minhas ancestrais, em especial a minha vó Sônia Maria, pois um pouco da mulher que tornei- me tem muito a ver com ela, pois era uma mulher preta retinta, que criou suas duas filhas, com a ajuda de outra mulher, sua ex sogra e minha bisavó, trabalhando como doméstica. Era uma sambista apaixonada pela Vila Isabel sua escola querida e uma mulher de muita fé, e herdei isso dela, inclusive escolher uma religião de matriz africana, o candomblé – à todas que vieram antes de mim, às que estão agora e às que virão no futuro. Não estamos sozinhas: suas lágrimas escorrem no meu rosto;
Seus corações batem no meu peito;
Seus sorrisos flexionam os músculos do meu rosto; e
Seus punhos combatem comigo! (Carol Padilha)

Uma honra, enquanto artista, preta, que vem de favela, ver meu trabalho sendo reconhecido. E antes disso, de tudo, eu sou uma MULHER!RETINTA! E apreciar, receber esse carinho pela MULHER que sou e tenho me tornado é de uma importância maior ainda. É a certeza de que estou no caminho certo! Não me acomodo porque o que eu planejo é ancestral, e ainda tem chão a beça. Mas dá um gás pra continuar…
Agradeço, sigo com os pés no chão, olhos atentos, e agarrada na vontade de transformar. Muito bem amparada por Orixá. E por Exu, que tá sempre comigo. Axé pra tudo. Sigamos! 🙌🏿✨